sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Requalificação de espaços comerciais

Embora design social possa ser visto apenas na aplicação em programas de geração de renda ou desenvolvimento social, podemos também ampliá-lo e insirí-lo no que concerne ao desenvolvimento de projetos de melhoria urbana, já que este acaba envolvendo melhoria das condições de trabalho para alguns segmentos econômicos.
é o caso dos projetos de requalificação urbana de antigas áreas comerciais, descaracterizadas pelo uso e tempo e degradadas pela violência do mercado.
Com este tema, escrevi um artigo, na verdade um estudo de caso sobre os Projetos Conceituais de Shopping a Céu Aberto, com o título de "Requalificação Comercial em Centros Urbanos no Interior Baiano", e tive a felicidade de ter este estudo selecionado e publicado no livro Estudos de Casos PROVAR/FIA/USP, que será publicado pela Editora Saint Paul.
O artigo trata da metodologia de trabalho de requalificação urbana utilizando a ferramenta do design estratégico, mas principalmente com a utilização e resgate de elementos culturais aliado ao processo de construção participativa, fazendo com que os interessados finais, os comerciantes, se apropriem desde o início do projeto final.
Compartilho esta informação também para reforçar a atuação do design em nichos específicos, tornando-o ainda mais uma ferramenta interdisciplinar.

domingo, 15 de novembro de 2009

Simpósio Brasileiro de Design Sustentável

Dias 5 e 6 de novembro último, nas instalações da Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo, aconteceu o 2º Simpósio Brasileiro de Design Sustentável | 2º International Symposium on Sustainable Design, que propõe deixar a sua contribuição para um dos maiores desafios da vida contemporânea: encontrar um caminho sustentável que assegure uma melhor qualidade de vida sem limitar o potencial do mundo futuro.
Foram dois dias de intensa troca de experiência, nacional e internacional, onde pode-se ver que ainda há muitas questões a se tratar, e uma em especial me preocupa: o norte e o nordeste ainda caminha a passos pequenos no desenvolvimento de politicas de pesquisa e ensino na área. Poucos foram os representantes destas regiões a apresentarem trabalhos ou mesmo participarem. Embora seja nestas regiões que se encontrem, no Brasil, áreas de maior necessidade para implantar projetos de geração de renda e preservação ambiental. Sem dúvida, o resultado desse evento científico confirma a importância do campo do design no Brasil e a preocupação contínua para a construção de um mundo mais justo, mas devemos fomentar esta discussão à outras regiões. E um passo já foi dado ao se definir como Recife cidade sede da terceira edição do evento, em 2011. Esperamos até lá termos mais representantes apresentando casos e projetos de pesquisa.

domingo, 1 de novembro de 2009

Eco-Brand

Lendo o último Top of Mind da Folha de São Paulo (ed.29/10/2009) pude notar que da maioria das marcas de produtos citadas, apenas duas tinham o quesito responsabilidade social e ambiental vinculados à sua imagem. Uma delas, de cosméticos, já conhecida nacionalmente pelo seu movimento eco-social, e outra de detergentes. O mais interessante é o fato das outras marcas levantadas não serem citadas, ou não citarem suas ações sociais. Chego a conclusão que as ações sociais que estas executam (acredito que executem!) serem ações pontuais, não vinculadas diretamente à sua imagem, feitas como ações de utilidade pública.
Minha questão é a de quando teremos uma consciência de que ter atitudes socio-responsáveis não são exceção, mas sim padrão. Sim, podemos utilizar como ferramenta de promoção, mas sempre vinculadas à marca, para que tenhamos a sensação de que ter atitudes socialmente e ecologicamente responsáveis é natural.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Comer com a boca ou com os olhos?


Em recente evento sobre consumo, o professor Celso Grisi (FEA/USP) comentou sobre as necessidades do consumidor de baixa renda. Segundo o professor, este personagem é hoje “racional e exigente, preferindo produtos com qualidade suficiente”, sendo “mais sensível a preço e menos fiel a produtos e marcas” e com boa parte do orçamento gasto com produtos de primeira necessidade, para si e para família.
Trabalhando com comunidades de baixa renda e pouco acesso a meios de comunicação, tenho visto a dificuldade que é o acesso à bens de consumo básicos e cujo apelo comercial tenta atingir os mais longínquos cantos de nosso pais. E ai me veio a questão de como chegar até estes locais e pregar um discurso de valorização da sua cultura como elemento/produto de geração de renda, onde a (pouca) renda que surge vem da produção de bens de subsistência e vai para produtos essenciais para seu dia a dia.
Ou seja, como podemos transformar cultura em renda real, e de outro modo, cultura deve ser a solução para geração de renda?
Lia Krucker, professora da Escola de Design da UFMG, em seu livro ´Design e Território´, fala da tendência da valorização da origem do produto como diferencial mercadológico. E o design entra nesse processo como formatador do produto e gerador de meios de informação para com o potencial consumidor, aproximando-o do território.
Minha questão é se a valorização de elementos não tangíveis conseguirá sobrepor questões elementares/essenciais no consumo. Pensar que o mercado que consome produtos (e regiões) com valores culturais agregados é um público restrito e susceptível às movimentações econômicas nos leva a questão da sustentabilidade destas regiões.
Reinventando uma máxima já batida, devemos pensar o local, agindo localmente, mas ´olhando´ globalmente. A solução pode estar justamente na região, e geralmente, escondida sob o manto do obscurecimento causado pela contemporaneidade, onde o novo sempre prevalece.
Sim, pensamos sempre em satisfazer nossas mais primordiais necessidades (ou pelo menos foi esta a conclusão que Maslow chegou). Primeiro o meu umbigo! E esta cegueira branca não consegue ver que às vezes a solução primordial está sob nossos pés (literalmente, às vezes), e que ali se pode estar a contemporânea tendência futura.
Devemos manter a insistência no resgate, e principalmente manutenção, dos elementos culturais, mas também vinculá-los a outros segmentos econômicos para que os produtos oriundos da inserção de cultura deixem de ter apenas valor intrínseco, mas também valor tangível. Ai poderemos comer não só com a boca.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A próxima onda

A próxima onda após a Era da Experiência será o Pré-Sentimento, onde as sensações deixarão de serem sentidas no ato (ou contato), para serem experimentadas (ou sentidas) no momento da sua intenção.

Tendências de consumo em produtos sociais

Em recente pesquisa realizada por uma grande instituição de pesquisa internacional (GFK) em 32 países nos cinco continentes, apresentou as atuais tendências de comportamento de consumo mundial, 14 no total, sendo que no Brasil percebem claramente seis destas tendências: paradigma de vida saudável; consumidor em movimento; envelhecimento e mito da juventude; premiumisação(©GFK), boca-a-boca; e autenticidade.
Quando falamos em tendência de consumo, devemos observar o contexto em que nos encontramos, pois este cenário influenciará todas as ações realizadas por nós consumidores. E este cenário se apresenta em forma de uma crise econômica onde hábitos de consumo e cotidiano são mudados em função da instabilidade financeira que a economia brasileira se encontra, com a baixa demanda do crédito, retração do consumo e conseqüentemente da produção, crescimento do desemprego, etc.
Se este cenário prejudica o procura por produtos industrializados, devemos imaginar que os produtos sociais, mais susceptíveis as decisões de consumo, serão diretamente e mais rapidamente afetados. Mas, neste momento de reflexão, vemos que nas tendências que se apresentam percebemos um retorno às nossas origens, uma ´retrovisão´ de nós mesmos e de quem somos.
Uma busca de vida saudável nada mais significa que buscar no nosso interior um equilíbrio de vida, um respeito ao nosso corpo (físico e mental), ao tempo real que o nosso organismo tem (e não ao tempo que o nosso cotidiano demanda). Isto se expande a um envelhecimento saudável e busca da juventude, que aqui significa qualidade de vida dos jovens perpetuada às outras idades. E como fazer isto senão termos hábito e alimentação saudáveis. Características básicas dos produtos orgânicos e aquela vida tranqüila e idílica do interior.
O retorno ou a valorização da comunicação boca-a-boca, ou de respeito e credibilidade ao outro, nada mais pode significar que começarmos a olhar ao próximo não como um concorrente ou inimigo, mas sim como igual, e como igual, tendo uma personalidade única. Fortalece-se assim o crescimento de relacionamentos mais confiáveis e justos, onde todas as partes devem se beneficiar.
E o que é ser Premium Client senão ser único na relação. E ser único nada mais é que ser você mesmo, e não um ser inanimado ou tratado em terceira pessoa (quando não no gerúndio!). O desafio é fazer isto em uma sociedade de massa, onde a quantidade cresce exponencialmente. Mas lembremo-nos que cresce também o desenvolvimento tecnológico e sua conseqüente aplicabilidade no processo produtivo, possibilitando uma maior segmentação e personalização do mercado. Afora o fato de que quanto mais artesanal for um produto, mais único será. E como atingir a ´massa´? Ampliando a capacidade produtiva. Como? Democratizando o saber.
Enfim, temos um cenário econômico bastante perturbador. Mas como prega a sabedoria chinesa onde a palavra crise significa oportunidade, vemos o outro lado da moeda com a possibilidade de ampliarmos a demanda dos produtos gerados com respeito social e ambiental, onde um retorno ao autentico e ao original fortalece o comércio deste tipo de produção, e principalmente, onde muitos poderão incorporar-se ao processo de consumo de forma mais democrática.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Simpósio Internacional discutirá temas relacionados à Design Sustentável

Em novembro acontecerá um grade evento onde se discutirão temas relacionados à área de Design Sustentável. O Simpósio Internacional sobre Design Sustentável (ISSD), organizado em conjunto com o Simpósio Brasileiro de Design Sustentável (SBDS), é o mais importante evento cientí­fico da América do Sul sobre a questão do Design Sustentável. Este ano, o evento irá ocorrer nos dias 5 e 6 novembro e será acolhido pela Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, com o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), Associação de Ensino e Pesquisa de Ní­vel Superior de Design do Brasil (AEND Brasil) e Rede Brasil de Design Sustentável endosso. O evento reún design profissionais, acadêmcos, governo e indústria para discutir conceitos, ferramentas e metodologias sobre a concepção contribuição para uma sociedade mais sustentável.
Dias 05 e 06 de Novembro 2009, Universidade Anhembi, São Paulo/SP.
http://portal.anhembi.br/sbds/infopt.htm

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

The Designers Accord

Mais uma iniciativa se apresenta para o Design. Um movimento chamado The Designers Accord circula por entre as grandes firmas de design mundial, e chega aos poucos às pequenas. Este movimento prega a discussão sobre sustentabilidade, social e ambiental, na prática do Design. Vale a pena participar, ou pelo menos conferir. www.designersaccord.org

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O pai do filho!

Atuar em uma área onde a escassez de personagens gera uma corrente de egos tão profunda e intensa é por demais desgastante, e uma destas correntes é o de quem é o filho que ai se apresenta.
Os idealistas da era industrial, ou da era ´bauhausiana´, nunca imaginaram que a ferramenta que desenvolveram (design) pudesse hoje estar sendo associada justamente ao contrário do que eles pensavam com a produção de massa. Design pode sim ser utilizado para gerar retorno não só social mas sim econômico para esta massa, não só gerar produtos que os satisfaçam, e mais especificamente para a massa que não tem acesso à esta produção. E esta vertente de aplicação do design, que aqui o chamo de Design Social, seguindo as referências do Social Design Network, está hoje sendo o grande diferencial desta mudança de atitude de consumo e/ou atuação perante aos grupos produtivos (industriais ou manufatureiros). Novas relaçoes produtivas estão se formando gerando novos produtos, com novos focos de mercado e novas maneiras de inserção, concorrendo de forma análoga aos produtos de massa.
E a pouco me veio uma questão: quem é o pai deste filho?
Mas de pronto meu outro neurônio me respondeu: de todos! Não podemos ficar discutindo detentores de uma evolução que só trará benefícios à sociedade. Ficar colhendo louros ou créditos para algo que é social, é um contrasenso ao que a metodologia de trabalho prega. Quando se trata de algo que retorna, que é participativo, que é multidisciplinar, não há um crédito. É domínio público.
Não entrarei em discussão sobre isso, comparando uma atuação que evolui a cada dia com algo que pode ser patenteado e cobrado direitos autorais. Comparando uma atuação que gera um retorno social imenso com o redesign do copo de vidro dos idos da Marinha Grande (Portugal) até nosso copo americano, e principalmente que é o detentor desta patente.
Como designer minha função é dar retorno sim para o usuário, e este é tanto o comprador final como o fazedor de tal manufatura, no caso, comunidades e grupos produtivos ansiosos por uma oportunidade de acessar a tal modernidade que só vêem na tv (e olhe lá!).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Porque é tão dificil o acesso ao mercado?


Me pergunto hoje porque que é tão difícil produtos de boa qualidade acessar o mercado consumidor, embora haja tanta divulgação sobre a qualidade dos produtos orgânicos e oriundos de programas de sustentabilidade. Além disso, não existe apenas um mercado consumidor, existem diversos nichos de mercado que podem ser explorados. Será que a atitude anti-capitalista extrema é um impencílho que enevoa as vistas dos dirigentes e gestores de programas sociais para atitudes comerciais mais arrojadas e proativas. Sugiro um pouco mais de bom senso e um olhar mais direcionado para os resultados e não apenas para a ação.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Uma discussão mais séria sobre o assunto...

Inicio aqui algo que considero novo na área do design. Uma discussão sobre Design Social no Brasil. Espero poder agregar algo novo com uma visão pessoal e profissional da área. Vamos lá, em uma discussão mais séria sobre o tema!