segunda-feira, 12 de março de 2012

Sustentabilidade no Design ou Design incorporado no Social

Visando uma melhor compreensão deste questionamento que propomos por ora, devemos inicialmente alinhar os conceitos. Sustentabilidade refere-se à capacidade de manter-se sem dependência de recursos oriundos de doações, lendo-se recursos como financeiros, econômicos ou materiais. E Design como disciplina de desenvolvimento de produtos e serviços através de um processo planejado e estratégico.
Assim, como não ser sustentável em uma disciplina que almeja a continuidade no seu resultado. Design como processo nos dá uma visão continuada de algo a ser implantado, com início, mas sem fim, pois o seu fim se daria com o início de um outro ciclo, planejado. Já Design como projeto possibilita entendermos este processo tal como ele deve ser, visualizando os passos a serem adotados antes de se andar, e os caminhos a se seguir, tal qual opções a escolher. Assim sendo, não se é possível ter design insustentável. Ele, por si só, já tem uma visão de permanência e resultado. Gerando então retorno para sua finalidade estabelecida e possibilitando novas opções de retorno, ainda não vislumbradas.
Esta introdução busca afirmar que Design é Sustentável, sendo redundante juntá-las em um segmento da disciplina. Agora, como incorporar Design na nossa vida, no âmbito social em que vivemos. E não só no que concerne a questão estética, logo relacionada com a área.
Acredito que ao incorporarmos uma visão processual às questões produtivas de nosso dia-a-dia poderá nos auxiliar com uma visão do que é benéfico ou não, para nós mesmos ou ao próximo. Poderemos ver que ao gerarmos algo, uma das conseqüências será uma reação ao outro (e ai, amplio este outro ao nosso meio-ambiente!).
Lixo, poluição, ruídos, falta de educação, estresse, e outras agruras de nossa vida moderna estão não só relacionadas com equipamentos de uso cotidiano, mas as nossas necessidades diárias de convívio social, geralmente através de um intermediário artificial. E o Design? Buscará transformar estes em objetos mais invisíveis, orgânicos (no sentido de extensão de nós mesmos). Ou até na exclusão destes ao passo que vãos aprendendo que é mais eficiente um sorriso no rosto que um Blackberry com acesso a pagamento online evitando a conversa com o atendente do restaurante (além, é claro, da emissão de ondas de rádio ou energia para recarregar o celular).
Utópico! Sim. Mas porque não começarmos pensando em simplificar os processos. Ou ainda, dar acesso ao entendimento de processo e planejamento às comunidades distantes dos meios de comunicação (e não apenas assisti-las financeiramente).
Enfim, Design Social pra mim é isto. Levar uma possibilidade nova de pensar para grupos que se pensa não querer novas possibilidades.

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